Uma ''Vovó'' intrometida

redação Universo Família



Habitualmente as avós - mãe e sogra - iniciam os seus conselhos na hora em que sabem que vem um bebé a caminho. “Vê bem como alimenta. Com essa alimentação que habitualmente leva, o bebê vai nascer pequeníssimo”, “Se for uma menina, não te esqueça que deverá ter o nome das avós”, “Porque não começa já a preparar o enxoval?”, “Fala já com o pediatra da tua cunhada”, etc, etc, etc,…

Quando visitam o bebê na maternidade, iniciam outro estilo de intromissão - o acompanhamento do bebé.

“Quando chegar em casa…. este bebê …”, “Vê como o deita, as crianças não gostam de estar assim”, “ Não é assim que lhe deve pegar para mamar…” e , etc, etc, etc…

E, como “lobas” ciosas das suas crias, se você não disser nada, iniciarão uma vivência atormentada para você, para o bebê e até para elas.

Amores em conflito

As avós querem, tal como os pais, o melhor para o bebê. A verdade é que a sua intromissão pode gerar alguns conflitos. Os pais que terão de decidir como criar e educar o seu bebê e, desde a primeira hora, que elas terão de o entender.

Fale com as avós e explique que os tempos mudaram e que hoje os pediatras têm outros conceitos. As tensões familiares provocadas pelos mal-entendidos devem de ser imediatamente esclarecidas. Sem ofensas e para não piorar as coisas tente manter a sua independência desde o início da gravidez.

Mudam-se os tempos...

Quer os novos conceitos instituídos no que concerne à alimentação ou à saúde podem ser motivos de divergência entre as avós e as mães. Às vezes uma questão simples pode levar a alguns amuos. Exemplificando:

- Agasalhar o bebê pode também ser um “grande” motivo para várias discussões. As avós tendem a agasalhar demasiadamente o bebê. Em casa ou quando vai de passeio, nenhuma avó permitiria que o seu neto se vestisse sem os mais fofos agasalhos. Enquanto você sabe que o seu bebê poderá andar com um bom fatinho de felpa sem necessidade de vestir camisolas de malha, a avó, ficará escandalizada se a criança andar sem um casaquinho de malha. E, será impensável, levar o bebé a passear sem gorrinho, luvas…. Quer pelas fibras utilizadas, quer pelo tipo de roupinha, as mamãs de hoje, trazem os seus pequenitos muito mais à vontade. As crianças de “antigamente” pareciam um rolinho e quase não se podiam mexer.

- O desmame - muitas vezes no final da baixa de maternidade - em que a maioria das mães passa a alimentar os seus filhos com biberão. É uma decisão de que muitas avós discordam e criticam.

É verdade que têm razão e que as crianças devem ser amamentadas durante o maior período de tempo possível, mas, se o seu emprego não permite as deslocações a casa para amamentar o seu bebê ou se as condições ou tipo de emprego não permitem a recolha do seu leite para a amamentação, não aceite as críticas. Você está fazendo o melhor que pode.

- Na hora do sono é normal que você deite e aconchegue o seu filho e cante uma canção de embalar para adormecer. No entanto, se o seu filho não adormece rapidamente, quase todas as avós têm tendência para o acolher nos braços e o embalar. Se você se opõe, a avó tende a se onfender e dizer que o bebê tem necessidade de “colinho”. Explique que você é que estará todos os dias com o seu bebê e que não tem tempo para o adormecer desse modo. A rotina do seu bebê tem de estar de acordo com as suas necessidades.

- Se o seu filho não quer comer, a avó entrará em pânico. “Tem que obrigalo. Assim, vai adoecer”. Se comenta com ela que o pediatra diz que as crianças sabem o que devem comer e que não devem ser forçadas a fazê-lo, provavelmente aconselhá-la-á a mudar de pediatra.

Estes são alguns dos exemplos, muito embora pudéssemos enumerar muitos outros. Se você permitir que as avós se intrometam nos primeiros dias, elas "tomarão as rédeas" da educação do seu filho. A decisão da escolha do pediatra, a escolha da creche, as rotinas do bebê terão de estar de acordo com o que os pais consideram melhor para o seu filho e não com o que os avós pensam ser melhor para o seu neto.

É saudável para qualquer criança ter uma boa relação com os avós e em nenhum momento esta relação deve ser posta em causa. Contudo, recomenda que os avós entendam que mesmo que a criança fique em sua casa, devem respeitar as normas estabelecidas pelos pais.

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